Outro dia, a mesma missa mal rezada!
O POPULAR DÉMODÉ/FUTURISTA
Sem juízo, apostando no próprio delírio
Espalhado por aí, cantando histórias e a beleza de amores e das relações, como Marcos Sandália & Meia foi o principal expoente do démodé futurista. Há 15 anos nos palcos da vida, o trabalho de Olivêra caracteriza-se pela brasilidade e por seu caráter acessível, irônico e popular, no melhor estilo rústico/transado.
Seu mais recente trabalho, Qualquer Dia é uma balada folk à brasileira, existencialista, que remete ao rock rural e nomes como Belchior, Sá, Rodrix & Guarabyra, Zé Geraldo, Raul Seixas, entre outros compositores trovadores da nossa música popular. Canção que fala sobre as dores e dilemas da passagem do tempo, mágoas, angústias, contrastes geracionais e o conflito entre o que cada pessoa acreditava e acredita ser, é uma composição de Olivêra e apesar da letra em tom de conformismo e resignação, é uma mensagem de acolhida, para que possamos fazer as pazes com as escolhas feitas e as inúmeras pedras no caminho, sabendo que todo atalho é uma fraude inconsciente.
Já com 5 discos lançados, 'Teimoso, vaidoso e outros defeitos mais' (2017); 'Canções Ingratas' (2018); 'Esqueça a cortesia, rasgue a poesia' (2019); 'Brasileiro Nato' (2020) e 'Terceiro Mundo Transcendental' (2022), em seus três primeiros trabalhos, ainda sob a alcunha de Marcos Sandália & Meia, Olivêra destacou-se pela linguagem simples, apaixonada, espirituosa e nostálgica, resultando no que a bibliografia definiu como brega-rock-jovem-guardista-conceitual, uau!
Nos dois últimos, o cantor amplia horizontes, como Olivêra, e entra de cabeça na música tupiniquim, sem abrir mão das baladas ou da energia eloquente do rock. Em novembro de 2021 lançou o single 'Num outdoor, volta pra mim'.